O presente trabalho tem como objetivo apresentar reflexões pertinentes ao uso de jornais no Ensino de História e para isso, desenvolveu uma pesquisa em sala de aula com o jornal Folha do Subúrbio – periódico local, produzido em Camaçari, cidade da Região Metropolitana de Salvador – tendo como recorte temporal os anos de 1963-1966, no contexto histórico referente ao período da ditadura civil/militar no Brasil, levando os discentes à pesquisa documental que permitisse o desenvolvimento de produção textual, para com isso, estimular uma visão problematizada sobre o discurso jornalístico, além de incentivar a educação científica no Ensino Básico.
Diante da atual disputa de narrativa sobre o passado recente do país, é importante utilizarmos fontes jornalísticas impressas em sala de aula, estimulando os alunos a pensar como se constituem suas narrativas, fazendo com que eles percebam como os discursos são construídos a partir do lugar de fala daqueles que estão envolvidos no trabalho da imprensa, assim como também, percebam o quanto esses discursos podem ser recepcionados pela população como uma representação única e absoluta do real.
Para além disso, essa pesquisa visou responder algumas questões: como a utilização de jornais nas aulas de História pode contribuir para a efetivação da pesquisa e da educação científica no Ensino Médio? De que maneira a utilização de jornais em sala de aula pode estimular uma visão mais problematizada dos alunos em relação ao discurso jornalístico? É possível que o uso de jornais em sala de aula torne o Ensino de História mais interessante e proveitoso para os estudantes?
A partir desses questionamentos, levamos para a sala de aula um pouco do método científico de análise de documentos utilizado pelos historiadores em sua produção historiográfica, fazendo o aluno compreender que a História não é simplesmente escrita a partir da imaginação do historiador – confundida muitas vezes como obra ficcional – e sim uma ciência humana com seus métodos de pesquisa próprios.
Mostrar ao aluno que a História enquanto área do conhecimento humano, se vale de métodos e abordagens investigativas na busca da verdade histórica que sabemos ser inalcançável – apesar da subjetividade e do caráter interpretativo intrínseco ao ofício do historiador – é necessário para a valorização e compreensão da disciplina no Ensino de História no ensino básico, principalmente em tempos de “Fake news” e “Pós-Verdade”.
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